segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

À Sombra do Azar!

O azar me persegue por cada esquina, cada beco escuro, não sei como escapar. Amuletos e mandingas nunca funcionam, já está impregnado em mim. Não sei mais o que fazer. Não posso me matar nem mudar de vida, o azar me persegue além do tempo e do espaço. Só posso recorrer à tinta e ao papel para obter alguns minutos de paz longe do azar agudo que me atravessa a sorte. Não falo com ninguém, meu azar é como uma peste, uma doença contagiosa. Vivo sozinho, faço o jogo do azar. Não posso viver com mais ninguém, não sei viver com mais ninguém, não quero viver com mais ninguém. Estou melhor sozinho, ninguém além de mim tem a estrutura mental para aguentar o que eu falo, faço e penso. Meu tempo acabou, tenho que voltar para o lado do azar, ele já me espera impaciente.

Heitor Godau - 08/09/2007