segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Caro amigo,

Sei que há anos não nos vemos e tão pouco lhe escrevi
Mas ao comprar o leite, hoje, me lembrei de ti
E mal posso descrever a surpresa que senti
Ao recordar do dinheiro que me deves,
Pode pagar, por favor, pode pagar
Não quero nada teu, quero apenas o que é meu
Pode pagar, por favor, pode quitar
Essa divida que há anos já correu
Não venha com aquela que está mal de vida,
Pois já sei que tem casa, carro e até uma menina
Enquanto eu ainda estou nesse buraco sem ninguém
Rezando muito e economizando no amém
E não seria desagradável a meu ver
Se somares nessa conta um pouco mais, quem sabe cem
Não peço muito, apenas generosidade
E peço, meu amigo, não me deixes na saudade
Responda esta cartinha sem trapaça ou maldade
E antes de lacrar e enviar o envelope
Ponha dentro o dinheiro e a minha sorte
Termino esta carta sem vontade chorar
Pois sei que logo logo vou me recordar
Da tua caligrafia e do cheiro do meu dinheiro
Esperarei ansioso pela visita do carteiro!

Heitor Godau – 4/08/2008

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito Bom!
Gosto muito dos seus textos.
bjs

Mi Godau disse...

Eis aqui a caligrafia
que esperava ver novamente
porem a grana pouca e fria
não verás tão brevemente

Jamais esperaria
de um amigo a tantos anos
tamanha mesquinharia
sem sequer pensar nos danos

pois a vida ainda é dura
e casa e carro nada são
para quem vive na amargura
e dor na alma e coração

o amigo que vos fala
ainda lhe tem admiração
e quando me curar a alma
terá dinheiro em sua mão!

Sauação Polar!

Unknown disse...

Ainda bem q acertei minha dívida com vc hoje. Já estava lendo o texto e me identificando.