segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Pranto Fúnebre

Sinto sangue cheiro forte corpo fúnebre. Funésta alma calma embala a meia-noite. Triste e tarde toque do relógio espanta corvo de corpo morto. O tilintar do cristal na hora de cova morta acorda do torpor o senhor eterno. O mal ao qual renasce a face. Do bem a quem reage ao rugido rude do além. Sei quem vem e vou também. Rapaz capaz de ver logo atrás, o mogno caixão no corrego de gente descente. Gente que chora um pranto manso escorre do canto do olho que olha o olho que o olha. Canta um conto que conta um mantra. Gente santa que encanta enquanto anda. Minha alma vaia e meu corpo aplaude. Assim termina a história da humanidade que caminha na multidão sozinha.

Heitor Godau – 03/01/2007

Um comentário:

Helio Godau disse...

Passa uma calma kafikaniana no mesmo sentimento de desespero pelo fim certo.
Gostei